Filipe, companheiro de batalha, suas palavras são cheias de sabedoria, de uma resignação consciente. Você chegou num nível muito difícil de ser alcançado por nós, que somos seres humanos tão entregues às nossas pseudonecessidades individuais. Quando damos o máximo de nós, não o máximo insano, inconsciente, mas o máximo pensado, responsável, o que podemos dispor sem desestabilizar nossa família e a nós mesmos, é quando fizemos todo o possível para conseguir. Aí estamos prontos para a batalha.
Quero dizer isso a todos. Pensem nos dias que perderam estudando; naquela festa que abdicaram; nas noites acordados até mais tarde; na luta para conseguir material de estudo, capinando na internet vídeo-aulas, livros caros (ou somente livros velhos); pensem em todo o esforço dispensado ainda quando tinham que equilibrar tudo isso com o cuidado que deveriam ter nas outras áreas da vida. Será tudo isso em vão? Depois de terem feito tudo isso vão desistir?
Pague o pedágio, Filipe. Vá até Campinas e faça a prova!
A fortuna só sorri para quem luta.
Mas pense também, meu amigo, que quando chegar a casa terá sua família te esperando, sua vida estabilizada com um emprego que lhe garante o suprimento das necessidades. Todos lá sabem o quanto se esforçou e ficarão felizes com qualquer que seja o resultado (se passar, melhor ainda), pois o terão de volta. Acredite que tem gente que precisa passar nesse concurso, pessoas que não terão outra chance por causa da idade ou qualquer outro motivo, pessoas que terão de abandonar o sonho de pertencer às Forças. Sua situação é muito boa.
Todos enfrentamos dificuldades. Não devem ser elas a nos desviar dos caminhos que escolhemos seguir, sim artifícios para nossa vitória. Que ela ocorra, que ela seja plena, que ela seja leve e prazerosa, se não nessa batalha, na próxima, mas certamente virá. Hora de prendermos a respiração e mergulharmos para buscar nosso tesouro. Ninguém disse que seria fácil.
Não desistam agora.
Deus, seja conosco.
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